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Mesmo com a crise pela qual passa o setor de transportes, os empresários não estão medindo esforços para honrar o compromisso assumido com a população aracajuana de renovação da frota. Prova disso são os 52 ônibus novos que foram colocados em circulação, gradativamente, desde abril deste ano, pelas empresas VCA, Modelo e São Cristóvão.

As empresas investiram R$17,5 milhões na compra de ônibus modernos, equipados com câmeras, cofres, elevador para deficientes, assentos preferenciais para obesos e GPS (Sistema de Posicionamento Global – tecnologia que possibilita o monitoramento da frota em tempo real fornecendo dados como itinerário, paradas e velocidade de tráfego).

A maior parte desses ônibus possui três eixos, proporcionando, assim, maior espaço interno e, consequentemente, mais conforto aos usuários. Enquanto os ônibus tradicionais têm 12 metros e transportam 80 passageiros, os novos têm 15 metros e podem conduzir até 120 pessoas.

Essa primeira parte da renovação significa uma modernização de 8,47% na frota total de Aracaju e região metropolitana, que é formada, atualmente, por 614 ônibus. A segunda parte da renovação acontecerá até dezembro deste ano, quando serão entregues os ônibus da Viação Progresso.

 

CUSTOS

Renovar a frota, no entanto, não é tarefa fácil para as empresas de transporte de passageiros que atuam na capital sergipana e Grande Aracaju. “Ao longo dos anos fomos perdendo o nosso poder de investimento. O setor hoje tem muitas. Não gostaríamos de ter uma frota envelhecida, pois esse é o nosso negócio há mais de 60 anos. Queremos servir bem à população. Para isso, porém, é preciso haver investimento público e priorização do ônibus sobre o transporte particular nas vias”, analisa o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Município de Aracaju – SETRANSP – Adierson Monteiro.

Um agravante desse problema é que além das despesas com óleos, pneus, combustível e pessoal, as empresas também têm que arcar com os altos impostos e taxas municipais (a exemplo do ICMS sobre o óleo diesel que é de 17%). “Com combustíveis, pagamos 24,49%; com óleos e lubrificantes, 2,16%; pneus, 7,03%; peças e acessórios, 5,86%. As despesas com pessoal somam 40,02%, os impostos e taxas 13,65% e as despesas administrativas são responsáveis por 1,51%. No final de tudo isso sobram apenas 3,13% para os empresários investirem na renovação da frota. Desse modo, é totalmente equivocada a ideia de que somos tubarões, ladrões ou coisas do gênero”, explica Adierson Monteiro.

Além disso, em Aracaju, diferente do que acontece em outras capitais, a tarifa não possui qualquer tipo de subsídio governamental. Para agravar ainda mais a situação, a tarifa calculada com base na planilha tarifária para 2009 foi de R$ 2,07, no entanto, na prática ficou em R$1,95, uma defasagem de 6,15%, fato que ocorre desde 2004. De lá pra cá, a tarifa praticada vem se mantendo abaixo da calculada em todos os anos. Esse déficit tarifário acarretou ao setor, ao longo de seis anos, um prejuízo de quase R$80 milhões. Com esse valor, seria possível adquirir e colocar em circulação mais de 300 novos ônibus.

 

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