Atitudes individualistas transformam trânsito em guerra
13 de julho de 2011Setransp traz especialista de Curitiba para tratar da mobilidade urbana
13 de julho de 2011 Mais de 51 mil brasileiros são atropelados no país todos os anos, de acordo com dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). O número de mortos, segundo a pesquisa, é de 4.685. Nas grandes cidades, motoristas e pedestres travam uma batalha no trânsito caótico. Apenas no Estado de São Paulo, há uma média de 60 ocorrências por dia: são 22 mil atropelamentos.
No período da tarde, José Antônio D’Urso se envolveu em um acidente na última sexta-feira (8). Ele dirigia um carro no centro de São Paulo quando uma mulher atravessou a rua fora da faixa, quando o farol estava aberto para os carros. A vítima foi levada ao hospital com ferimentos.
Depois na rua Venceslau Brás, o Corpo de Bombeiros é chamado para atender outra ocorrência de atropelamento. A vítima é um homem sem sinais de fraturas e rapidamente é resgatado. Mas a reportagem descobre que a situação no local é complicada para o pedestre: na rua não há faixas e nem semáforo para pedestres.
De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, Luiz Humberto Navarro, é difícil apontar o culpado de tantos atropelamentos. “Existem erros dos dois lados. É uma luta constante de ganho de tempo, as pessoas não querem perder tempo e não há um respeito mútuo, tanto do pedestre como do motorista. Mas é claro que a parte fraca é sempre o pedestre”.
Zonas de proteção
No início de maio, o secretário municipal de Transportes, Marcelo Cardinale Branco, afirmou que oito ZMPPs (Zonas de Máxima Proteção ao Pedestre) serão implementadas na capital paulista até o final do primeiro semestre deste ano. Além de sinalização específica, as zonas terão reforço de agentes de trânsito para garantir que motos e carros não invadam as faixas de pedestre durante a travessia das pessoas.
A criação das ZMPPs faz parte do Programa de Proteção ao Pedestre da Prefeitura de São Paulo. Com esse novo plano, a prefeitura diz que pretende reduzir de 40% a 50% os atropelamentos e as mortes de pedestres até 2012.
No ano passado, a cidade teve 7.007 atropelamentos que resultaram na morte de 630 pessoas. O número corresponde a 46,4% das 1.357 mortes em acidentes de trânsito na cidade. As oito zonas juntas correspondem à área que concentra 11% dos atropelamentos na cidade e 1% da área total da capital.
Fonte: R7