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13 de agosto de 2010
O tema mobilidade urbana tem sido recorrente quando se discute o crescimento das cidades e a busca de alternativas para conciliar o deslocamento das pessoas nas suas necessidades no dia-a-dia com a estrutura que se oferece no sistema viário. A expansão da frota de veículos segue na contramão das soluções urbanas que não priorizam opções de transportes capazes de evitar o estresse no trânsito e proporcionar menor impacto ambiental e qualidade de vida.
A resposta para este esgotamento do sistema de transporte – individual ou coletivo – passa por decisões de planejamento fundamentadas em políticas públicas, mas também pela conscientização de todos os seus usuários. Do ponto de vista de gestão administrativa está claro que as cidades de modo geral não se prepararam para o crescimento desordenado, relegando ao segundo plano a estruturação de suas malhas para o escoamento do trânsito.
Em Jaraguá, onde os levantamentos indicam a entrada em circulação de uma média de 500 novos veículos por mês, a situação se torna mais crítica a cada dia porque o município não dispõe de um plano viário de fácil aplicabilidade. A falta de visão de longo prazo que deveria ter sido levada em conta pelos gestores públicos no passado quando a cidade já demonstrava seu potencial de crescimento aliada às limitações territoriais são complicadores que vão exigir cada vez mais criatividade e bom senso, ao lado de investimentos consideráveis.
O debate em torno deste assunto precisa envolver mais a sociedade organizada. A condição para que as soluções se viabilizem passa, entretanto, pela liderança do gestor público com competência administrativa, disposição política e capacidade técnica. Será possível assim obter o envolvimento da sociedade e articular a busca de recursos com projetos de intervenção no espaço urbano. Como estas não são soluções imediatas, ainda que se torne urgente dar o primeiro passo nesta direção, ações pontuais são imprescindíveis. Uma delas é incentivar o uso do transporte coletivo de qualidade e priorizar os veículos leves como a bicicleta.
Com uma estrutura que ofereça conforto e segurança aos ciclistas, com pontos de ligação a terminais de transporte coletivo dotados de uma área de estacionamento, corredores exclusivos para as bicicletas e o incentivo que as empresas possam oferecer aos seus empregados para que utilizem este meio de maneira constante, o município pode estar encontrando uma medida emergencial de menor impacto na malha viária em paralelo às mudanças estruturais de maior porte.
Fonte: Artigo de DURVAL MARCATTO JR., PRESIDENTE DA Associação Empresarial de Jaraguá do Sul – publicado em 12 de agosto de 2010. | N° 854