Presidente da NTU atribui à burocracia falta de projetos para mobilidade urbana
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24 de setembro de 2014A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) elaborou uma carta aberta aos candidatos à presidência da República, com sete propostas para melhorar o transporte coletivo no Brasil. O documento foi encaminhado aos presidenciáveis na segunda-feira, 8 de setembro. A carta faz uma breve retrospectiva dos últimos 20 anos, apontando os problemas da falta de investimento e a priorização do transporte individual no país.
Entre os problemas apontados pela NTU estão a queda do número de passageiros, a redução da velocidade média das viagens em 50%, a falta de priorização dos ônibus nas vias urbanas e tarifa justa. Esses aspectos refletem diretamente na qualidade do serviço prestado à população, que pediu melhorias do transporte nas manifestações de junho de 2013.
Segundo o presidente da entidade, Otávio Cunha, o transporte público de qualidade custa caro, mas é fator fundamental para o desenvolvimento econômico e social da nação brasileira.
“É preciso que haja um comprometimento das lideranças políticas do país em relação ao transporte coletivo urbano. Investir na melhoria do serviço significa mais qualidade de vida e aumento da produtividade de todos os setores econômicos instalados nas áreas urbanas”, ressalta Cunha.
As proposições da NTU são:
• Priorizar o transporte coletivo sobre o transporte individual no sistema viário.
• Avançar na construção de redes de transporte modernas, integradas, multimodais, racionais e de alto desempenho.
• Garantir a continuidade dos investimentos federais, estaduais e municipais na infraestrutura destinada aos transportes públicos coletivos.
• Prosseguir na desoneração dos tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre os serviços e sobre os insumos do setor.
• Utilizar os orçamentos públicos para custear os benefícios tarifários que tanto sobrecarregam os usuários comuns.
• Instituir um fundo com recursos dos combustíveis para subvencionar o transporte público coletivo viabilizando um transporte de qualidade com tarifa acessível à toda a população, ou seja, distinguir a tarifa pública cobrada dos usuários da tarifa de remuneração do operador.
• Implantar uma política de preços reduzidos para o óleo diesel consumido no transporte público urbano e de caráter urbano por ônibus.
A inflação do transporte público no país foi quatro vezes maior que a inflação do transporte individual nos últimos 10 anos. Enquanto o preço da tarifa de ônibus subiu 111% no período de 2002 a 2012, o IPCA que mede a inflação subiu 82,9%, o preço do carro novo subiu apenas 6,3% e a gasolina 43,9%.