Prêmio Setransp movimenta debate sobre transporte e acesso aos demais serviços
25 de setembro de 2015Serviço de bilhetagem eletrônica desponta como aliado da segurança nos ônibus
13 de outubro de 2015Enquanto outros setores, como da tecnologia da informação, obtiveram do Governo Federal redução de impostos, o setor do transporte, que é o único serviço público essencial pago diretamente pela população, continua na contramão sofrendo com acréscimos de impostos. Foi anunciado esses dias o aumento em 50% do INSS para o setor – saindo de 2% do faturamento para 3%. E, logo em seguida, mais um aumento do preço do óleo diesel, em 13% este ano. Sendo que de 2014 para cá o diesel teve alta de 18%. Só o combustível representa mais de 25% dos insumos dos custos totais do transporte. Mas como lidar com isso sem afetar a capacidade de pagamento da tarifa de ônibus pelos passageiros?
Embora estabelecido, recentemente, pelo Congresso Federal em votação como um Direito Social, o transporte público não tem contado com estímulos para ser acessível como um direito propriamente dito. O serviço de mobilidade para a massa da população sequer conta, em sua grande maioria, com incentivos fiscais, mas está na lista das prioridades para receber o sobrepeso das tributações, em tempos de crise financeira ou não.
Poucas cidades, atentas para o desequilíbrio econômico e social que o aumento das despesas do transporte pode render, concederam consideráveis isenções em tributos como o TGO, ISS, ICMS sobre diesel e IPVA. No Nordeste temos os exemplos de Fortaleza, Recife e Salvador. Mas por que esse passo não é dado em grande escala no país? Será que o transporte tem sido realmente um Direito Social? Não adianta ter título se o tratamento for igual ou inferior a um serviço dispensável.
É necessário enxergar o transporte como ferramenta importante de democracia para mobilidade das pessoas. Um serviço essencial, que dá acesso ao trabalho, à saúde, à educação, ao lazer, e aos demais serviços em geral. A população precisa do transporte, mas para alcança-lo necessita que os agentes públicos gerenciem uma linha de equilíbrio entre a capacidade de pagamento dos usuários desse serviço e os custos totais para operação do mesmo, que são compostos pela infraestrutura, veículos, mão _de_obra, seus insumos, impostos e taxas.