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Subsídio é o caminho para um transporte público mais acessível e com mais qualidade no Distrito Federal. Pelo menos é este o entendimento de especialistas, representantes de sindicatos e até integrantes do próprio governo. Este foi um dos caminhos apontados durante o fórum Transporte Público de Qualidade é a Solução, promovido pelo Jornal de Brasília, com apoio do Governo do Distrito Federal, na última quarta-feira, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O consenso é de que para ser realmente público, o transporte não deve ser custeado apenas pelos usuários.
O transporte público é um direito de todos assim como a saúde e a educação. E aí vale lembrar que toda sociedade contribui para estes funcionarem com impostos, por exemplo, explica Antônio Vidal, presidente da Associação dos Usuários do Transporte Coletivo do DF. Para ele, da forma como está, o transporte não necessariamente cumpre a função de realmente ser público.
Em alguns países da Europa, como a França, os governos criaram uma espécie de contribuição onde as empresas em geral (comércio, indústria e serviços) pagam uma determinada taxa para o governo investir no sistema e o passageiro paga muito pouco pelo transporte.
Apenas 30% são custeados pelo passageiro. Uma ideia que poderia ser aplicada ao DF. O sistema de transporte está totalmente nas mãos dos empresários e aí uma alternativa desta natureza seria realmente um caminho possível, argumenta Paulo Henrique Santarém, conhecido como Paique Duques, presidente do Movimento Passe Livre no DF.
De acordo com Paique, este imposto progressivo, como é chamado, faz com que os investimentos no setor aconteçam e a frota não fique sucateada e envelhecida como a da capital federal. Segundo Marco Bicalho, diretor-superintendente da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (STU), em alguns locais do Brasil, como São Paulo, essa alternativa tem ganhado força.
O transporte público tem que ter sim subsídios para que funcione bem, pontua Bicalho. Em sua análise, a solução para um transporte com mais qualidade passa pelo envolvimento de todos, ou seja, é o público lutando para o transporte ser realmente público. Ele acrescenta que o sistema já é muito prejudicado com as gratuidades, hoje quase 20% de todos os usuários, e quem paga a conta são eles próprios.
Fonte: Jornal de Brasília