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Sem políticas públicas que assegurem opções eficientes de transporte público urbano e com o aumento nas vendas de carros devido à elevação do poder aquisitivo dos brasileiros e a incentivos à indústria de automóveis, o país enfrenta uma grave crise de mobilidade, disseram especialistas em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).
Otávio Vieira, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, informou que, em 1977, sete em cada dez brasileiros se deslocavam por meio de transporte público. Em 2009, metade da população já usava o transporte individual.
– Acredito que hoje seja mais de 60% e não sabemos a quanto isso chegará em 2020. Até lá as cidades estarão efetivamente paradas, se alguma coisa não for feita para melhorar essa questão – alertou.
Também Nazareno Stanislau Affonso, coordenador do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade, lamentou a falta de prioridade para o transporte público no país.
– O investimento para viabilizar a aquisição de automóveis foi gigantesco, mas o uso do automóvel é um modelo falido. Os que têm carro vão ver que, se levavam 20 minutos [para chegar ao trabalho], vão levar 40 ou 50 minutos – disse.
Para Ernesto Galindo, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), não se trata de restringir a compra ou produção de veículos, mas o transporte individual não consegue atingir eficiência de uso de espaço público, uso energético e redução de acidentes, como o transporte público consegue.
Integração
No debate, os especialistas defenderam a combinação de opções de transporte, como sistemas rápidos de ônibus com linhas de metrô, vias para bicicleta e adequação de calçadas para pedestres.
Para Maria Rosa Abreu, da Universidade de Brasília (UnB), é preciso implementar, nas grandes cidades, a integração física dos modais de transporte coletivo, interligando ciclovias, aquavias e ônibus locais, com estações de metrô e de trens regionais. Ela destacou ainda a importância da integração tarifária, com cartões de uso semanal, mensal ou mesmo anual, adquiridos com descontos.
– Nosso país está na contramão – disse.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) acrescentou a educação às soluções de engenharia e tecnologia para os problemas de transporte.
– Progresso não se mede pelo maior número de pessoas que têm carros, mas pelo menor número de horas que se perde no trânsito – disse.
Para o senador, também é preciso educar os governantes, para que eles façam escolhas de modais de transporte buscando o bem-estar da população.
Fonte: JORNAL DO SENADO-DF | INFRAESTRUTURA