Licitação depende da mobilidade urbana para gerar benefícios, afirma Adierson Monteiro
25 de agosto de 2011
Sistema de BRT faz revolução com ônibus na Colômbia
29 de agosto de 2011
Licitação depende da mobilidade urbana para gerar benefícios, afirma Adierson Monteiro
25 de agosto de 2011
Sistema de BRT faz revolução com ônibus na Colômbia
29 de agosto de 2011

A realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Brasil tornou ainda mais urgente a necessidade de resolver os problemas de mobilidade das grandes cidades. A aposta para atender a necessidade a tempo dos grandes eventos não é em uma tecnologia nova. Ironicamente, o herói do transporte público nacional pode ser o bom e velho ônibus com o sistema BRT (Bus Rapid Transit), inventado no país e implantado em Curitiba (PR) na década de 1970.

O presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio de Cunha Filho, aponta que os prazos curtos para atender a demanda dos grandes eventos que acontecerão no Brasil tornam as soluções mais limitadas. “Uma linha de metrô pode demorar de 10 a 15 anos para ser implantada, o BRT pode ser feito em três anos”, estima. Para ele, a solução é a mais indicada para evitar que os eventos no Brasil sejam lembrados por conta do caos na mobilidade urbana.

A associação destaca que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) liberou R$ 30 bilhões para que o país amplie e atualize a infraestrutura de transportes. O recurso é “o maior dos últimos 35 anos”, afirma o dirigente. Parte do aporte será feito em cidades-sede da Copa do Mundo que já tem projetos com o sistema, como Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Recife (PE) e Fortaleza (CE).

As características básicas do ônibus rápido são o corredor exclusivo para o veículo, pagamento antes de entrar no veículo e plataforma de embarque. O modelo é capaz de transportar 40 mil passageiros por hora/sentido contra 90 mil passageiros no mesmo período no metrô, mas tem custo bem inferior e enfrenta menos dificuldades para entrar em atividade. “O principal problema é a desapropriação dos imóveis onde o sistema será instalado”, indica Cunha Filho.

Para o presidente da NTU, os sistemas não concorrem. São complementares. “Somos a favor da intermodalidade e de uma análise cuidadosa dos investimentos e das oportunidades”, explica. A entidade lembra que, apesar de ter sido criado no Brasil, o sistema não avançou no País e hoje é aproveitado no exterior. Bogotá, na Colômbia, foi uma das cidades que garantiu qualidade do transporte coletivo usando o ônibus rápido.

“Queremos colocar na superfície a mesma excelência e regularidade do serviço de metrô”, garante o dirigente da associação. Segundo ele, o sistema pode ter velocidade média de 28 km/h em horário de pico contra 6 km/h dos ônibus convencionais. A intenção é que BRT garanta conforto, rapidez e segurança para convencer a população a deixar os automóveis em casa.

 

 

Produção

As principais obras para o BRT devem ser vistas a partir da metade do próximo ano. Segundo Cunha Filho, os fabricantes de ônibus já estão preparados para atender a demanda pelos modelos articulados com grande capacidade de passageiros. “As grandes empresas do segmento estão instaladas no Brasil e têm capacidade produtiva para isso”, garante. Para ele, é essencial planejar, para que as companhias que produzem chassis e carrocerias consigam acelerar as fábricas e reagir à demanda.

Combustíveis

A diversidade de fontes energéticas é, para o presidente da NTU, outro grande ponto a favor do transporte sobre rodas no Brasil. “Temos biodiesel, gás natural, etanol, híbrido e diesel de cana, que é maravilhoso porque polui bem menos, é renovável e não exige alterações no motor”, destaca. Para ele, no entanto, só uma nova legislação seria capaz de trazer uma mudança efetiva.

O processo tem impacto forte na cadeia produtiva e envolve, além de adaptações nos veículos, estruturas para produzir e distribuir o novo combustível e alterações no mercado de revenda dos ônibus. “Só com uma definição política clara conseguiríamos migrar para outra tecnologia”, acredita.

Fonte: AB

Comments are closed.

Pular para o conteúdo