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“Antes de definir qual o melhor sistema de transporte público, é preciso saber o tipo de cidade que queremos para viver.” Com esta frase, Enrique Peñalosa, consultor internacional do ITDP (sigla em inglês de Instituto de Políticas de Desenvolvimento e Transporte) e ex-prefeito de Bogotá, Colômbia, abriu o último painel do 22º Seminário Nacional 2009, organizado pela NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos -, ocorrido de 14 a 16 de julho, em São Paulo.

O debate também contou com a participação de Lélis Marcos Teixeira, presidente executivo da Fetranspor e do RioÔnibus, e de Alexandre Teixeira, responsável pela comunicação do Setransp do Paraná, e teve como mediador Eurico Gualhardi, vice-presidente da NTU. Segundo Penãlosa, que durante sua gestão implantou o Transmilênio, sistema de transporte coletivo da capital colombiana, filho do BRT de Curitiba (PR), não existe uma fórmula única para melhorar a mobilidade urbana.

“Cada cidade tem que avaliar qual o melhor projeto que atende às suas necessidades, lembrando que apenas aperfeiçoar o transporte público não é suficiente. É preciso criar mecanismos de restrição ao uso de carros.” O consultor reforçou as vantagens do BRT sobre outros modais, sobretudo referentes a custo e tempo hábil para implementação. “Em Bogotá, o Transmilênio virou sinônimo de ônibus, promoveu a reurbanização das ruas e avenidas e valorizou os imóveis e comércio por onde passa.”

Com tantos benefícios, por que o sistema BRT não é unanimidade? Segundo Peñalosa, é um problema cultural. “Ônibus ainda é associado a transporte para classes mais baixas, sem segurança ou conforto. Temos que mudar este conceito.” Conceito que, para Lélis Marcos Teixeira, da Fetranspor e da RioÔnibus, deve abarcar também uma visão mais humana do transporte público. “Mais do que o ir e vir, é preciso qualidade de vida, que envolve transporte com segurança, conforto, menos emissão de poluentes, melhor uso dos recursos públicos, entre outros aspectos.

Sem um bom sistema de transporte, as cidades não avançam.” Mudar conceitos passa por investimentos em comunicação, ferramenta utilizada pelos empresários do setor de transporte de Curitiba para apagar a imagem de vilões. “Optamos por divulgar nossa atuação socioambiental, visto que tarifa, tamanho da frota, qualidade dos veículos são responsabilidade do poder concedente. Desta maneira, o usuário tomou conhecimento do comprometimento dos empresários com o dia a dia da cidade. Comprometimento que vai além do transportar”, explicou Alexandre Teixeira.

 

Fonte: NTU

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