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?As empresas que atuam no transporte coletivo em Aracaju têm feito grande esforço para manter seus veículos sempre atualizados em termos de equipamentos antipoluentes. Mais de 80% da frota está dentro dos padrões?, afirma Jean Charles Santos, técnico do Programa Ambiental do Transporte Despoluir, gerenciado pela Confederação Nacional do Transporte ? CNT.

Atuando nos estados de Sergipe e Bahia, o técnico realiza vistorias em todos os ônibus que circulam pela capital sergipana a cada 90 dias. Sua missão é orientar os gerentes operacionais das garagens sobre as condições dos veículos.

?O trabalho não tem caráter de fiscalização. É apenas educativo?, frisa Jean que, munido de um opacímetro e de um notebook, verifica os níveis de consumo do óleo diesel e a quantidade de partículas tóxicas lançadas na atmosfera por cada ônibus que circula na cidade.

O serviço é gratuito e beneficia não apenas o meio ambiente como também o bom andamento do setor de transportes do município. Isso porque o diesel, ao lado dos pneus, representa grande peso sobre os custos operacionais do serviço. Desse modo, qualquer ação que contribua para a redução do consumo do combustível é sempre muito bem-vinda e, claro, a natureza agradece.

Acompanhando o empenho dos empresários nesse sentido, o fiscal louva as medidas adotadas pelas empresas a fim de incentivar os motoristas a consumir menos combustível. A Viação Progresso é uma das mais atuantes nesse sentido. Desde maio deste ano, a empresa desenvolve o Programa Direção Econômica, no qual os motoristas participam de cursos sobre direção econômica e defensiva.

O estímulo para o cumprimento das metas de consumo do diesel ocorrem por meio de sorteios de brindes e pela distinção dos veículos por meio de adesivos que seguem as cores do semáforo: verde para os aprovados, amarelo para os que quase chegam nos níveis ideais e vermelho para os que ficam abaixo.

Todos os selos trazem mensagens de incentivo tanto para continuar se esforçando para manter-se na meta quanto para uma possível melhora. Quem está no vermelho, por exemplo, dirige um carro com a mensagem ?Vamos mudar essa cara. Você consegue?.

?Mensalmente realizamos sorteios de DVD?s, bicicletas e televisores. Também distribuímos, aos que cumprem a meta, camisas que eles podem usar uma vez por semana em substituição do uniforme. O brinde passou a ser uma espécie de diferencial que ele têm orgulho de alcançar?, conta Vanessa Mitidieri, gerente de Gestão de Pessoas.

 

COMISSÃO

Para avaliar o desempenho dos condutores, foi montada uma comissão formada por oito membros, entre eles estão profissionais ligados aos setores de Recursos Humanos, Operação, Manutenção e Controle. Semanalmente, o grupo de reúne para avaliar os resultados alcançados e traçar novas estratégias de procedimento.

?A forma como o motorista conduz o veículo influi diretamente no consumo de combustível. Por isso, todos são orientados a não utilizar o acelerador como buzina, a não esticar a passagem de marcha, a desligar o motor em paradas que durem mais de dois minutos, a não acelerar muito em marcha de força?, destaca Gilton Santos, gerente de Auditoria e Controle da Progresso.

Os resultados do programa têm sido tão positivos que estão indo muito além da simples economia de combustível. ?Verificamos uma diminuição significativa do número de acidentes. Além disso, os motoristas passaram a ter uma relação muito mais próxima com os veículos. Estão se empenhando ao máximo para atingir a meta de consumo do diesel e têm prestado mais atenção na parte mecânica. Frequentemente, informam sobre a necessidade de reparos, o que diminui as paradas por quebra no meio do trajeto?, relata a gerente de Gestão de Pessoas.

Só para ter uma idéia dos resultados do programa, Gilton ressalta que, em junho de 2008, data do início efetivo do projeto, a empresa tinha um gasto mensal com combustível de R$ 1.200.000,00.

 

Após a implantação do projeto, a média mensal passou para R$ 51.000,00, valor suficiente para a compra de 2,9 ônibus em um ano de economia. Outro dado animador é a média de Km/l. Antes da implantação do projeto era de 2,52. Hoje é de 2,63, o que representa uma melhora de 4,3%.

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