A farsa da meia-entrada

A entrada é meia, mas a fraude é inteira, brada um dos representantes da União Nacional dos Estudantes – UNE – que pretere não se identificar. Sua indignação se refere ao fato de muitas pessoas utilizarem uma falsa declaração de matrícula, feita em um computador e impressa em folha de papel comum, para obter uma carteira de estudante, mesmo sem nunca ter freqüentado uma sala de aula ou até mesmo tendo concluído a faculdade há mais de 15 anos. Essas constantes fraudes na obtenção do documento que dá direito a meia-entrada ameaçam, em longo prazo, a existência do desconto para os verdadeiros estudantes, uma idéia muito bem intencionada que se tornou um abuso por conta dos falsos estudantes.

FRAUDE

Nos grandes centros urbanos é comum uma carteira falsa ser vendida por R$ 30. O custo é muito pouco, levando em consideração a economia que o usuário terá futuramente. Um exemplo é a compra de bilhetes para o cinema. A inteira custa, em média, R$ 14, mas o portador da carteira de meia-entrada paga a metade, R$ 7.

Na capital sergipana a máfia das carteiras falsas também é uma realidade tão comum quanto nas demais capitais do país. O problema preocupa o SETRANSP – Sindicato das Empresas de Transporte e Passageiros do Município de Aracaju. Prova disso é a implantação, juntamente com a Prefeitura Municipal de Aracaju, da bilhetagem eletrônica no transporte urbano da capital e a disponibilização do uso da meia-passagem aos domingos e feriados.

Para evitar que os falsários adquiram, através da documentação falsa, o Cartão Mais Aracaju Estudante, o sindicato, juntamente com a SMTT – Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito -, foram rigorosos em relação ao cadastramento das carteiras. Com a medida, as irregularidades anteriores serão minimizadas.