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O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) disse no domingo (20) que o aumento da tarifa de ônibus para R$ 2,70, a partir do dia 4 de janeiro, está embasado em estudo e é compatível com a inflação. Ele afirmou que espera a compreensão da população sobre o reajuste.

O superintendente da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), Marcos Bicalho, disse, porém, que a medida afasta a população do transporte público e coletivo. Passa a ser mais vantajoso comprar um carro ou uma moto.

Quem faz duas viagens de ônibus por dia gasta R$ 92 por mês. Em janeiro, serão R$ 108 – pouco menos do que a prestação de uma moto. Bicalho critica o valor. Não conhecemos as variáveis, mas é possível dizer que R$ 2,70 é um valor alto para a população brasileira, disse.

Depois de três anos sem reajustes, a tarifa de ônibus em São Paulo passará de R$ 2,30 para R$ 2,70 a partir do dia 4 de janeiro. Os R$ 0,40 a mais representam aumento de 17,4%. De acordo com a tabela da ANTP, atualizada em outubro, São Paulo passa a ter uma das tarifas mais caras do País. Em outras capitais, o valor não supera R$ 2,50.  

Na sexta-feira (18) à noite, o secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, enviou ofício ao presidente da Câmara, Antônio Carlos Rodrigues (PR), com informações sobre o aumento. O comunicado é uma formalidade, porque a decisão não precisa de aprovação. 

 

Subsídios

O último reajuste ocorreu em novembro de 2006, quando a tarifa subiu 15%, de R$ 2,00 para R$ 2,30. O congelamento até o fim deste ano foi promessa eleitoral de Kassab. Para cumpri-la, ele teve de bancar R$ 783 milhões em subsídios às empresas de ônibus. A previsão inicial era de que o valor não ultrapassaria R$ 600 milhões.

O aumento da tarifa de ônibus não eliminará a necessidade de subsídio para o sistema de transporte coletivo da capital. Simulações apresentadas por Moraes em audiências públicas na Câmara Municipal demonstravam que cada R$ 0,10 de aumento na passagem representariam R$ 148 milhões a menos de subsídio para as viações.

Neste ano, a Prefeitura gastou mais de R$ 800 milhões com a chamada compensação tarifária. Ou seja, para se ver livre das subvenções, o Executivo teria de fixar o valor da tarifa em pelo menos R$ 2,90. 

 

Integração

A Secretaria Municipal de Transportes informou ontem, em nota, que o preço da integração entre ônibus e transporte sobre trilhos vai subir dos atuais R$ 3,65 para R$ 4,00, também a partir do dia 4 de janeiro.

A nota explica que o período de viagem do bilhete único passa de duas para três horas, mas o passageiro só pode fazer uma viagem de trem ou metrô e outras quatro em ônibus municipais. 
 

Fonte:G1

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