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Na noite do dia 15 de setembro, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Município de Aracaju – SETRANSP –, Adierson Monteiro, foi convidado para um bate-papo sobre o transporte público que promete render muitos comentários no meio estudantil.

Convidado pela professora Daniela Costa, coordenadora do Curso de Direito da Faculdade de Sergipe – Fase – e pelo ex-vereador Branca de Neve, o empresário participou de um debate bastante esclarecedor sobre custos e dados que envolvem o serviço pouco conhecidos pela maioria dos usuários de ônibus.

Ao lado da professora Aline Magna e de um aluno do curso de Direito,  integrantes da mesa, Adierson expôs números referentes à bilhetagem eletrônica, viagens realizadas pela frota que circula em Aracaju e na Grande Aracaju, consumo de combustível, propostas de especialistas  em prol da qualidade do transporte público e para o barateamento dos custos do setor. Na ocasião, também entrou em discussão o polêmico tema da licitação.  

Questionado pelos estudantes sobre o valor da tarifa, o presidente do SETRANSP explicou que a tarifa praticada é bem diferente da ideal (definida pela planilha tarifária). Em 2009, o valor ideal era de R$ 2,17 sendo que a fixada pela Prefeitura de Aracaju foi R$ 1,95, o que representa uma defasagem de 11,28%. Ainda com relação ao valor da tarifa, o presidente detalhou a sua composição percentual a fim de desmistificar a ideia de que o empresário do setor é quem fica com boa parte do valor pago pela passagem.

“Com combustíveis, pagamos 24,49%; com óleos e lubrificantes, 2,16%; pneus, 7,03%; peças e acessórios, 5,86%. As despesas com pessoal somam 40,02%, os impostos e taxas 13,65% e as despesas administrativas são responsáveis por 1,51%. No final de tudo isso sobram apenas 2,94% para os empresários investirem na renovação da frota. Desse modo, é totalmente equivocada a ideia de que somos tubarões, ladrões ou coisas do gênero”, frisou Adierson.

Diante das queixas dos estudantes quanto à qualidade do serviço prestado, ele destacou que o transporte público não é responsabilidade apenas dos empresários, mas um dever do Estado garantido na Constituição Federal. “Temos nossas falhas enquanto empresários e as assumimos, porém, ao longo dos anos fomos perdendo nossa capacidade de investimento. Transporte é o nosso negócio e é nosso interesse servir bem à população. Os governantes, no entanto, precisam fazer a parte deles”, ressalta o presidente do sindicato.

“Para dar velocidade ao sistema é preciso haver um projeto de transporte para a cidade. A fluidez do trânsito e a estruturação da infra-estrutura viária exigem planejamento e ações públicas efetivas. A priorização do transporte público em detrimento do individual também se faz necessário no Plano Diretor de Aracaju”, acrescentou Adierson.

Com relação ao polêmico tema da licitação, ele afirmou que os empresários não têm qualquer receio do processo licitatório. “Muito pelo contrário. A licitação faz com que o funcionamento do sistema de transporte coletivo tenha regras claras. Com ela, as obrigações ficam bem definidas não apenas para as empresas privadas como também para o poder público”, analisa Adierson.

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