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Trocar o carro pelo ônibus é uma opção para chegar mais cedo ao destino em horários de pico em São Paulo. Pelo menos nos percursos com faixas exclusivas para ônibus.

O Jornal da Tarde testou os dez corredores da capital com duas equipes – uma de carro e outra de ônibus -, partindo juntas e sem contar a espera no terminal. E concluiu que, embora lotados, os coletivos são mais rápidos.

Em sete, chegaram antes ao ponto final, com diferença de até 51 minutos. Nos outros três, o automóvel teve vantagem, mas de no máximo sete minutos.

Apesar de mais rápidos, os ônibus estão longe da velocidade ideal. A média registrada ficou abaixo do esperado na maior parte das vezes. Apenas em três corredores foi atingida a meta da Prefeitura de 18 km/h nas faixas exclusivas: Parelheiros (18,3 km/h), Pais de Barros (21,2 km/h) e Expresso Tiradentes (37,8 km/h). O pior desempenho foi o do Rebouças, onde os veículos foram mais lentos do que uma pessoa fazendo cooper – ficaram abaixo de 10 km/h.

Outro problema é a superlotação. A reportagem encontrou filas com mais de cem pessoas para embarcar em terminais, como o Santo Amaro, presenciou bate-bocas entre fiscais e passageiros e andou em ônibus onde mal havia espaço para colocar o pé no chão, como nos corredores Rebouças e Parelheiros.

Para completar, as faixas exclusivas não eram tão exclusivas. Além dos táxis, que têm permissão para usar o corredor, as pistas eram frequentemente invadidas por carros, motos, ônibus fretados, veículos públicos.Procuradas por e-mail e telefone, a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Transportes não responderam aos questionamentos da reportagem.

Especialistas consideram positiva a vantagem dos ônibus sobre os carros, mas cobram da Prefeitura investimentos para tornar os corredores mais eficientes e atrair quem usa automóveis. É impressionante. Mesmo com pouco investimento, as faixas exclusivas ainda conseguem manter a vantagem em relação ao carro, afirmou a urbanista Silvana Zioni. Isso mostra que é uma solução adequada, até quando não funciona perfeitamente.

Para o consultor de trânsito Horácio Figueira, o teste mostra que a situação do automóvel é péssima e a do ônibus, ruim. Como todos se movem devagar, quem está no carro não percebe que o ônibus está melhor. Figueira também critica a superlotação, outro fator que afasta os motoristas.

Um exemplo é o gerente de informática Gustavo Chim, de 40 anos. O ônibus está sempre lotado. Não dá para sair de gravata e notebook na mão, diz.

Defensor dos corredores, Marcos Bicalho, superintendente da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), critica a atuação do governo municipal. Faltam planejamento e investimento no Transporte coletivo. Nos últimos quatro anos, só um corredor de ônibus foi inaugurado. E, mesmo assim, parcialmente.

 

Fonte: O Estado de S. Paulo ? edição de 27 de abril de 2009.

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