Paralisação desrespeitou direito de ir e vir, considera presidente da Acese

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Cerca de 230 mil passageiros foram prejudicados no acesso aos demais serviços essenciais 

 

 

A paralisação geral que aconteceu na sexta-feira (28) deixou milhares de pessoas impossibilitadas de se deslocarem utilizando os ônibus da capital sergipana. Os coletivos que chegaram a ter sua saída bloqueada ainda nas garagens voltaram a circular a 0h deste sábado, 29. Apesar da tentativa de manter o transporte em circulação, não houve o funcionamento do transporte público em Aracaju e região metropolitana e a estimativa do setor é de que cerca de 230 mil passageiros teriam sido afetados. Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe, Acese, Marcos Pinheiro, a falta da mobilidade prejudicou duramente o acesso ao comércio e a outros serviços essenciais, além de ter sido, praticamente, uma ação forçosa.  

 

 

“O direito de ir e vir das pessoas não foi respeitado. A Constituição foi rasgada, quando foram utilizadas táticas de guerrilhas urbanas, impedindo o tráfego normal de veículos nas rodovias estaduais e federais. Isso não é democracia. Interromper a viagem das pessoas, impedir que o transporte de massa que é o ônibus saia da garagem, é cercear o direito assegurado na Constituição de ir e vir, observou Pinheiro, em entrevista à Rádio Ilha FM.

 

 

O empresário questionou a atuação do movimento grevista, ressaltando que os cidadãos não tiveram o direito de escolher fazer parte ou não da paralisação, uma vez que sem transporte foram coagidos a se ausentarem do trabalho. “Terça-feira é dia de pagar o salário dos trabalhadores. É preciso pensar na empregabilidade. Em um país sério, essa situação não ocorre, frisou ele. E acrescentou sobre as Reformas Trabalhista e da Previdência, questionadas durante a paralisação: “nenhuma reforma ocorre sem desagradar a alguém, mas instalar o caos não é solução para nada”.

 

 

A população, logo cedo na sexta, sentiu os efeitos do movimento grevista que atuou em todo o Brasil impedimento a regularidade do transporte público. Muitas pessoas caminhavam pelas ruas em busca de outro modal para substituir o ônibus na tentativa de ir ao trabalho, escola ou mesmo ao hospital. Eu não pude sair de casa, tive que ficar confinado sem ter recursos para ir até a casa da minha família que mora no Conjunto Rosa Elze. Moro no Santo Antônio e fiquei sem opção, disse o porteiro Marcos Antônio Silva, que registrou a dificuldade de pagar um táxi para seu deslocamento. Ele observou que não é contra o movimento, mas que o direito de locomoção pertence a todas as pessoas. A greve é legal, mas o transporte é essencial. Quantas pessoas podem ter passado mal hoje e não tiveram como se locomover para o médico, disparou o trabalhador.

 

 

 

 

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) informou à imprensa que moveu esforços para buscando apoio da segurança pública para garantir a operação do serviço, mas ficou inviável por medida de segurança aos trabalhadores rodoviários e os passageiros do transporte, já que, além das garagens de ônibus, os manifestantes se instalaram em diversos pontos da capital e pelas demais cidades realizando o protesto. O Setransp disse ainda que “as empresas de ônibus respeitam o direito de todos à manifestação”, mas lamentou que “em virtude disso o direito de ir e vir da população tenha sido cerceado”.

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