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Com acesso crescente ao mercado de trabalho formal e às facilidades do crediário, parte da chamada nova classe média parece ter escolhido a motocicleta como meio de transporte favorito. De 2000 a 2011, a frota de motos quase quintuplicou no país, saltando de 3,5 milhões para 15,5 milhões. Em paralelo, a de automóveis apenas dobrou, passando de 19,9 milhões para 39,8 milhões.

Em 2010, as motos já eram mais numerosas do que os carros em quase metade das cidades brasileiras. Entre elas, duas capitais, Rio Branco (AC) e Boa Vista (RR). O fenômeno já se evidencia também -e de forma sinistra- nas estatísticas. Entre 2005 e 2010, as vítimas de invalidez permanente causada por acidentes de trânsito passaram de 31 mil para 152 mil.

Uma das explicações reside justamente no aumento do tráfego motorizado sobre duas rodas. Mais de 70% dos casos do ano passado referiam-se a pessoas na faixa etária de 18 a 44 anos que usavam essa modalidade de transporte.

Os dados deixam patente o despreparo do país para enfrentar a nova realidade. O problema -que, além de dramático do ponto de vista humano, agrava os custos da Previdência- exige renovada atenção do poder público. É preciso um esforço para disciplinar melhor a convivência de motos e outros veículos nas ruas e rodovias brasileiras, já tristemente famosas pela incivilidade.

Na maioria das cidades, no entanto, os radares -eficaz instrumento para inibir condutores aloprados- nem mesmo estão adaptados para registrar infrações cometidas por motociclistas. As placas escapam das lentes por serem diminutas, ou porque os aparelhos só fotografam a dianteira – e as motos trazem o número apenas na parte traseira. Em São Paulo, já começam a surgir os radares para motos, mas ainda são poucos.

É imperioso, também, rediscutir a legislação em vigor. É hora de reavaliar a supressão do artigo do Código de Trânsito Brasileiro, em 1998, que proibia a circulação de motoqueiros entre as faixas de veículos.

Motos são ágeis e facilitam a vida de quem precisa deslocar-se com rapidez nas grandes cidades, mas não deveriam servir para seus condutores se evadirem de cumprir as normas do trânsito. Na mesma linha, motoristas de carros, ônibus e caminhões precisam disciplinar-se para compartilhar as vias com os vulneráveis motociclistas.

Não é mais possível que as autoridades se omitam diante de números tão eloquentes e preocupantes.

Fonte: Editorial Folha de S.Paulo – 19/01/2012

 

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