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Quanto custa para as pessoas se deslocarem nas cidades brasileiras? Esse questionamento vai além do valor das tarifas cobradas em cada município do país. O relatório Custos dos Deslocamentos, divulgado recentemente pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), responde de forma mais detalhada quanto os principais meios de transporte urbano (ônibus, carro e moto) consomem em espaço, tempo e energia. A conclusão do levantamento é que o veículo do transporte público coletivo é o mais econômico em todos os aspectos apurados.

De acordo com a pesquisa, o automóvel é o que consome mais espaço e mais energia por passageiro transportado. Esse modal fica em segundo lugar nos itens de emissão de poluentes e custo de acidentes. Nesses últimos dois quesitos, as motocicletas alcançam o primeiro lugar em disparada com emissões de poluentes e custos de acidentes extremamente mais altos que os outros meios de transporte.

Os dados do relatório concluem que o uso do ônibus implica em menor ocupação de espaço viário, emissão de poluentes, consumo de energia e custo de acidentes para a sociedade. Além disso, ainda proporciona ao cidadão um menor impacto no seu bolso, pois o custo individual de deslocamento é o mais baixo.

O custo do uso de diferentes modos de transporte foi calculado considerando três parcelas: o custo social (poluição e acidentes), o custo individual total (fixo e variável) e o custo individual de “desembolso” (quantia que a pessoa gasta diretamente na viagem e que é percebida por ela como custo real).

No caso do uso do ônibus, o custo social foi considerado igual a R$ 0,20 por viagem (média das cidades do sistema de informação da ANTP) e tanto o custo individual total quanto o de desembolso foram considerados iguais à tarifa local (plena e igual a 6% de um ou dois salários mínimos para quem usa vale-transporte).

 

RELATÓRIO EM NÚMEROS

O documento revela que os automóveis e motos têm o consumo energético por passageiro/ quilômetro bem maior do que os ônibus – 4,5 vezes e 2,5 vezes, respectivamente. Além disso, mostra que o custo de um acidente com motos é 19 vezes maior do que com ônibus. Já o acidente envolvendo automóvel é 2,7 vezes mais caro que o veículo do transporte público.

Ainda em comparação com os ônibus, as motos poluem 14,8 vezes mais e os automóveis 11,5 vezes mais; os carros ocupam 7,8 vezes mais espaço viário e as motocicletas, 4 vezes mais – considerando a relação passageiro/quilômetro.

O estudo da ANTP também equiparou os custos dos usuários ao optar por cada um dos modos de transporte em uma viagem de 7 quilômetros. Concluiu-se que o custo para os passageiros de ônibus, com tarifa plena ou uso de vale-transporte com remuneração de 1 ou 2 salários mínimos, é o menor dentre as formas de deslocamento disponíveis – despesa de R$ 2,00 a R$ 2,50.

Ao se considerar apenas o custo individual de desembolso (consumo monetário direto do usuário), o custo mais baixo é do passageiro de ônibus com vale-transporte e que tem remuneração de 1 salário mínimo. Segundo o relatório, em qualquer situação, o custo pessoal total de utilizar o automóvel é o maior de todos.

Os modos automóvel a gasolina e automóvel a álcool apresentam o maior custo total de deslocamento, em torno de duas vezes superior ao custo da utilização do ônibus – de R$ 5,50 a R$ 5,80. A motocicleta apresenta um custo total intermediário, em torno de R$ 3,50 – 50% superior ao custo do ônibus.

A ANTP realizou esse levantamento nas 27 capitais brasileiras e 16 municípios com população acima de 500 mil habitantes. Os dados mostram que estas relações de custo variam muito pouco por região do país.

 

ÔNIBUS DE QUALIDADE É A SOLUÇÃO

Um levantamento do Ministério do Meio Ambiente alerta que os carros e as motos são os vilões da poluição nas grandes cidades. Juntos, eles são responsáveis por 83% das emissões totais de monóxido de carbono na atmosfera.

O estudo da ANTP apresentado nesta edição não só reafirma os dados consolidados pelo órgão governamental como ressalta outros prejuízos causados pelo excesso de transporte individual nas grandes cidades brasileiras. Essa realidade que tem minguado a qualidade de vida nos centros urbanos é fruto da atual política adotada pelo país de incentivo ao transporte individual em detrimento do transporte coletivo urbano.

“Nossos governantes precisam urgentemente se atentar para o crescente caos urbano nas grandes cidades brasileiras. Precisamos de políticas claras que criem diretrizes para a mobilidade urbana”, declara o diretor-superintendente da NTU, Marcos Bicalho.

 

Fonte: NTU Urbano 152

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