SETRANSP fiscaliza ônibus a partir de junho

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?Não pague o pato?. Esse é o slogan da campanha que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Município de Aracaju – SETRANSP – e as empresas que atuam no sistema de transporte coletivo realizam a partir do mês de junho no sentido de conscientizar a população sobre os problemas gerados pelo excesso de pessoas que utilizam o transporte coletivo sem pagar passagem.  

As peças da campanha foram apresentadas hoje pela manhã, durante um café que reuniu a imprensa, vereadores, colaboradores das empresas que atuam no sistema de transporte coletivo de Aracaju e da Grande Aracaju.

Na ocasião também foi anunciado o trabalho de orientação e fiscalização da meia passagem e das pessoas que fazem uso da gratuidade que o SETRANSP dará início a partir do mês de junho, com a contratação de fiscais que atuarão de forma secreta e identificada nos ônibus e Terminais de Integração. O trabalho consiste em atacar várias frentes, indo desde a conscientização da população quanto aos problemas provocados pela gratuidade indevida até a fiscalização efetiva no interior dos ônibus.

O envolvimento da população no tema das gratuidades indevidas será feito por meio da campanha publicitária que envolve a mídia televisiva e radiofônica, cartazes e busdoor. A idéia é despertar o sentimento de indignação contra as pessoas que utilizam o ônibus fazendo uso da gratuidade sem ter acesso ao benefício. A mensagem é: quando alguém deixa de pagar pela passagem é você quem paga.

A fiscalização nos ônibus ocorrerá em dois níveis. No primeiro, trabalharão fiscais identificados que se posicionarão ao lado do cobrador solicitando que as pessoas que utilizam o cartão Escolar para o pagamento de suas passagens apresentem seu cartão e, em casos de dúvida se o portador do cartão é o seu titular, requisitando também a carteira de identidade. Caso seja detectada alguma irregularidade, o número do cartão será anotado e, posteriormente, encaminhado à Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito ? SMTT ? que avaliará o caso e tomará as medidas cabíveis.

O usuário flagrado em uso indevido do benefício será orientado pelo fiscal a comparecer à sede da SMTT, onde receberá orientações sobre a utilização adequada do cartão.  O fiscal também irá observar a utilização das gratuidades indevidas, tais como pessoas com menos de 65 anos descendo pela porta da frente e portadores do direito da gratuidade levando acompanhantes a subirem nos ônibus pela porta do meio ou traseira a fim de não pagarem a passagem.

O segundo tipo de fiscal será o Secreto. Nesse tipo de fiscalização trabalharão jovens e idosos com mais de 65 anos, ambos sem qualquer identificação. O trabalho é sigiloso e ocorre da seguinte forma: o fiscal jovem, de posse de um cartão escolar, subirá nos ônibus e passará na catraca sem exibir o cartão ao cobrador. Sua função é observar se o cobrador vai pedir o cartão para verificar a identidade do usuário.

Ele também terá como função observar o procedimento adotado pelo cobrador com os demais estudantes que passarem pela catraca, anotando, discretamente, todos os casos ocorridos em uma ficha que estará portando. O fiscal idoso agirá da mesma forma fazendo uso da gratuidade. Sua função é observar se o motorista ou o cobrador irá pedir para conferir sua carteira de identidade atestando ter 65 anos ou mais. Enquanto permanecer no veículo, também observará o comportamento adotado com outros idosos, deficientes físicos e seus respectivos acompanhantes, e demais gratuidades. Após descer do ônibus, o idoso, preencherá uma ficha na qual informará veículo, linha, horário e o procedimento do motorista.

Para incentivar os motoristas e cobradores a colaborar com a causa, periodicamente, o sindicato realizará uma confraternização com jantar, sorteio de brindes e distribuição de camisas. Os premiados serão os motoristas e cobradores que mais verificaram as carteiras dos usuários. Para dar sustentação ao trabalho, serão feitas ações de conscientização com os colaboradores do sistema a fim de tê-los como aliados na luta contra as gratuidades indevidas e uso dos cartões de meia-passagem por pessoas não autorizadas. Para isso, serão distribuídos nas garagens materiais como banners e panfletos sobre o assunto. O tema também deverá ser trabalhado pelos setores de RH das empresas. 

O terceiro tipo de fiscal ficará posicionado na entrada dos Terminais de Integração solicitando cartões dos usuários e verificando a validade das carteiras e a identidade de seus portadores. Todo esse trabalho visa reduzir o alto índice de 25% de gratuidades e 25% de usuários de meia passagem no transporte coletivo da capital sergipana. Um problema que reflete diretamente sobre o usuário pagante que acaba sendo o responsável pelo custeio do benefício, uma vez que, em princípio, todos os custos do transporte são rateados entre os passageiros pagantes por intermédio da tarifa.

O retrato do ônus da gratuidade sobre as tarifas é simples e revela uma lógica perversa: quanto maior o número de passageiros com gratuidade, menor o número de pagantes do sistema, o que acarreta maior impacto sobre as passagens.

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