Os grandes desafios do transporte público

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· A garantia da prioridade política: o crescimento das cidades brasileiras não pode continuar sendo conduzido pelo desenvolvimento caótico e pelas necessidades do transporte individual. As mudanças necessárias dependem principalmente de um grande esforço político para posicionar o transporte público como única alternativa viável para estruturar o desenvolvimento futuro das cidades brasileiras. O desafio é mobilizar os aliados e a opinião pública para apoiar a prioridade efetiva dos sistemas públicos de transporte, em termos financeiros e operacionais. · A reconquista da confiança: devido aos problemas citados, o transporte público vem há muito perdendo prestígio junto à opinião pública, à classe política, às entidades civis e empresariais, e aos próprios cidadãos que dele dependem. Assim, é fundamental trabalhar para reverter esta situação, demonstrando as vantagens do transporte público e sua condição única como estruturador do desenvolvimento urbano que se deseja para o Brasil. O sucesso deste esforço vai depender também do aumento na eficiência e na qualidade do transporte público, o que está ligado a uma série de ações paralelas. · A melhoria da qualidade dos serviços: a garantia de um espaço adequado para o transporte público dependerá também da melhoria da sua qualidade. Esta melhoria deve expressar-se em todas as áreas, destacando-se os aspectos tecnológicos (veículos), gerenciais (capacitação dos operadores), de atendimento (cobertura física e temporal), de integração, e de informação ao usuário. · O aumento da eficiência da operação: a atratividade e a confiabilidade do sistema dependerão das suas condições operacionais, que estão diretamente ligadas às condições de circulação. Assim, é fundamental garantir espaço viário e condições adequadas de trânsito, na forma de faixas e vias exclusivas, apoiadas por sistemas de sinalização e controle eficientes. · A redução dos custos e a garantia de tarifas suportáveis: a democratização do acesso ao sistema depende da garantia de tarifas suportáveis para os usuários. Esta depende tanto do aumento da eficiência e da redução dos custos operacionais, quanto da concessão de subsídios em situações específicas, sob controle social. · A conquista de novos públicos: para firmar-se como forma principal de deslocamento urbano, o transporte público deve ser capaz de atender também a novos públicos, que nunca o utilizaram, ou que o abandonaram em função da queda no nível de serviço. Isto requer, além da melhoria da qualidade e da eficiência da operação, a oferta de serviços diversificados, adaptados a públicos e necessidades específicas. · A participação da iniciativa privada: as mudanças políticas e econômicas estão alterando a relação entre as esferas pública e privada, requerendo a reorganização do Estado e da participação da iniciativa privada no financiamento e na operação dos sistemas de transporte público. Estas formas de parceria devem ser buscadas com o objetivo central de atender ao interesse público, preservando as funções reguladoras e controladoras do Estado, e utilizando a eficiência e a flexibilidade da iniciativa privada. A participação da sociedade: a construção de uma sociedade democrática implica na ampliação dos espaços de participação nas decisões. Na área dos transportes públicos, isto requer a abertura dos órgãos de gestão e dos operadores à participação dos usuários e das associações civis interessadas na questão. Requer, igualmente, a descentralizarão das decisões nos níveis mais próximos do usuário final, sem prejuízo das necessidades de manutenção de capacidade mínima de coordenação e desenvolvimento nos níveis hierárquicos mais altos.

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